Ter para os alfinetes
Significado: Ter dinheiro para viver.
Origem: Em outros
tempos, os alfinetes eram objecto de adorno das mulheres e daí que,
então, a frase significasse o dinheiro poupado para a sua compra porque
os alfinetes eram um produto caro. Os anos passaram e eles tornaram-se
utensílios, já não apenas de enfeite, mas utilitários e acessíveis.
Todavia, a expressão chegou a ser acolhida em textos legais. Por
exemplo, o Código Civil Português, aprovado por Carta de Lei de Julho de
1867, por D. Luís, dito da autoria do Visconde de Seabra, vigente em
grande parte até ao Código Civil actual, incluía um artigo, o 1104, que
dizia: «A mulher não pode privar o marido, por convenção antenupcial, da
administração dos bens do casal; mas pode reservar para si o direito de
receber, a título de alfinetes, uma parte do rendimento dos seus bens, e
dispor dela livremente, contanto que não exceda a terça dos ditos
rendimentos líquidos.
Do tempo da Maria Cachucha
Significado: Muito antigo.
Origem: A cachucha era
uma dança espanhola a três tempos, em que o dançarino, ao som das
castanholas, começava a dança num movimento moderado, que ia acelerando,
até terminar num vivo volteio. Esta dança teve uma certa voga em
França, quando uma célebre dançarina, Fanny Elssler, a dançou na Ópera
de Paris. Em Portugal, a popular cantiga Maria Cachucha (ao som da qual,
no séc. XIX, era usual as pessoas do povo dançarem) era uma adaptação
da cachucha espanhola, com uma letra bastante gracejadora, zombeteira.
À grande e à francesa
Significado: Viver com luxo e ostentação.
Origem: Relativa aos
modos luxuosos do general Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que
chegou a Portugal na primeira invasão francesa, e dos seus
acompanhantes, que se passeavam vestidos de gala pela capital.
Rés-vés Campo de Ourique
Significado: Ficar muito perto de alcançar algo.
Origem: A expressão
“rés-vés Campo de Ourique” remonta a 1755 quando o terramoto assolou
Lisboa tendo destruído a cidade até à zona de Campo de Ourique, que
ficou intacta. A partir daí o ditado generalizou-se.
Ficar a ver navios
Significado: esperar algo que não vem, não acontece, não aparece.
Origem: Deriva da
atitude contemplativa de populares, que se instalavam nos lugares mais
altos da cidade à espera de que uma lenda se tornasse realidade.
Eram os portugueses que ficavam a ver
navios, na esperança de que um dia voltasse à pátria o rei Dom
Sebastião, protagonista da batalha de Alcácer-Quibir, em Marrocos, em
que tropas lusitanas e marroquinas travaram violento combate em 1578.
Após o desaparecimento de Dom Sebastião na luta, difundiu-se a crença
que um dia regressaria a Portugal, para levar o país de volta a uma
época de conquistas.
Multidões que frequentavam o Alto de
Santa Catarina, em Lisboa, confiantes no regresso do rei, ficavam a ver
os navios que chegavam.
Outra explicação desta expressão
prende-se com as invasões francesas e a partida da família real para o
Brasil. Teriam as tropas francesas que se dirigiam à capital ainda
vislumbrado a sua partida do alto de uma das colinas de Lisboa, e daí a
expressão ficaram a ver navios, a partirem, literalmente, falhando na
captura da família real.
Da net
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