08/02/2016

Carnaval


"O Carnaval tem a sua origem no culto prestado pelos romanos a Saturno, que se caracterizava por festas cuja temática incidia na inversão dos papeis sociais. Em Lisboa, reis e nobres disfarçavam-se também, no século XVIII, D. Pedro II, D. João V, tornaram-se "frades" e "mendigos" em alguns Entrudos, D. José I tomava parte nas aventuras com os capotes brancos, as rainhas D. Francisca de Sabóia, D. Sofia de Neubourg e D. Mariana de Áustria introduziram na corte os bailes de máscaras, participando na festa a figura do arlequim.

 
No Carnaval do século XIX é introduzido o desfile pelas ruas de Lisboa, o corso, constituído por carros ornamentados, partia da Avenida da Liberdade, seguia pelo Rossio e subia até ao Chiado, percorrendo os cafés e passando pelas ruas cujas janelas estavam ornamentadas com colchas de seda. Pelo caminho, os foliões: o "janota", o "galego", a "sopeira", o "político" divertiam-se por entre tumultos e "batalhas", revelando a nítida influência do Carnaval parisiense, aprumando-se os guarda-roupas e surgindo o Xé-Xé. Esta foi a figura mais típica do Carnaval lisboeta até 1910, também conhecido por peralta ou o pisa-flores, o Xé-Xé era a verdadeira caricatura miguelista, com a sua cabeleira e casaca garrida, de rendas de punho e chapéu bicórnio que percorria com o corso as ruas da cidade chamando e agitando os foliões. 









 
Com a Implantação da República, o velho Carnaval é considerado bárbaro e de mau gosto, perdendo-se assim a velha tradição e remetendo-se os bailes a festas privadas, imobilizando-se a festa na rua com o medo de se cair no ridículo ou no excesso".


                                                                                                               Texto In Revelar LX CML

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