No Carnaval do século XIX é introduzido o desfile pelas ruas de Lisboa, o corso, constituído por carros ornamentados, partia da Avenida da Liberdade, seguia pelo Rossio e subia até ao Chiado, percorrendo os cafés e passando pelas ruas cujas janelas estavam ornamentadas com colchas de seda. Pelo caminho, os foliões: o "janota", o "galego", a "sopeira", o "político" divertiam-se por entre tumultos e "batalhas", revelando a nítida influência do Carnaval parisiense, aprumando-se os guarda-roupas e surgindo o Xé-Xé. Esta foi a figura mais típica do Carnaval lisboeta até 1910, também conhecido por peralta ou o pisa-flores, o Xé-Xé era a verdadeira caricatura miguelista, com a sua cabeleira e casaca garrida, de rendas de punho e chapéu bicórnio que percorria com o corso as ruas da cidade chamando e agitando os foliões.
Com a Implantação da República, o velho Carnaval é considerado bárbaro e de mau gosto, perdendo-se assim a velha tradição e remetendo-se os bailes a festas privadas, imobilizando-se a festa na rua com o medo de se cair no ridículo ou no excesso".
Texto In Revelar LX CML
Sem comentários:
Enviar um comentário